Como Singapura está criando um ambiente urbano mais verde

Singapura vem continuamente construindo sua reputação como uma cidade na natureza, e seu design há muito tempo mostra uma forte consciência de reconhecer que os espaços verdes são importantes. Planejadores urbanos e arquitetos tomaram a decisão consciente de tecer a natureza por toda a cidade, à medida que continuam desenraizando novos edifícios e empreendimentos, incorporando a vida vegetal em qualquer forma, seja através de telhados verdes, jardins verticais escalonados ou paredes com plantas.

Este artigo explorará as ações pioneiras que estão ocorrendo em Singapura para criar uma cidade e nação com maior biodiversidade e como isso fornece uma visão de como outras grandes cidades podem adotar iniciativas semelhantes na próxima década para fornecer um plano para o futuro.

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Arquitetos paisagistas, Ramboll Studio Dreiseitl, e o conselho do governo de Singapura, National Parks Board, lideraram o caminho na criação de uma cidade repleta de jardins biodiversos que Singapura é hoje. Além disso, a pesquisa de Yun Hye Hwang, da Universidade Nacional de Singapura e do Future Cities Lab, está atualmente focada em explorar como moldar cidades sustentáveis e sistemas de assentamentos por meio da ciência, pelo desenho.

Singapura já está liderando os esforços para criar um ambiente urbano mais verde após a COP26 e, embora sua iniciativa para tornar Singapura verde tenha sido originalmente focada em dar à cidade-estado uma imagem distinta e intencionalmente desejável, hoje essa abordagem é elogiada por sua capacidade de lidar com questões relacionadas às ilhas de calor, ajudar na gestão sustentável da água e melhorar a biodiversidade na cidade. Vários projetos foram implementados para lidar com essas questões e fornecer soluções de design sustentável para promover o 'esverdeamento' da cidade.

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Kampung Admiralty, designed by Ramboll Studio Dreiseitl and WOHA. Image Courtesy of WOHA

O Parque Bishan-Ang Mo Kio do Ramboll Studio Dreiseitl é um dos parques centrais mais populares de Singapura. Como parte de uma atualização muito necessária da região e dos planos para melhorar a capacidade do canal Kallang ao longo da borda do parque, foram realizadas obras para transformar o que antes era um canal de concreto em um rio naturalizado, criando novos espaços para a comunidade.

“O projeto foi criado para maximizar a captação de água que cai naturalmente na ilha, além de fomentar um sentimento de propriedade que perdurará por gerações, para que as pessoas queiram proteger o ambiente natural”. – Leonard Ng, Diretor Nacional

O projeto faz parte do Programa Active, Beautiful, Clean Waters (ABC Waters), uma iniciativa de longo prazo do Conselho de Serviços Públicos de Singapura para transformar os corpos d'água do país, além de suas funções de drenagem e abastecimento de água, em novos espaços vibrantes para a união e recreação da comunidade.

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Jardim Terapêutico no Jurong Lake Garden. Imagem Cortesia de National Parks Board

"O projeto incentiva um ecossistema biodiverso - com pássaros, lontras e outros, colonizando o espaço porque foi projetado para que pessoas e natureza coexistam em harmonia. Quando as pessoas se sentem mais próximas da natureza e querem preservá-la, isso é design biofílico de sucesso - usando a natureza para energizar as pessoas e permitir que elas se reconectem com a natureza como nossos ancestrais fizeram." – Leonard Ng, Diretor Nacional

O Ramboll Studio Dreiseitl também foi responsável pelos projetos em Jurong Lake Gardens, com os primeiros jardins nacionais de Singapura. O Lakeside Garden de 53 hectares visa restaurar o patrimônio paisagístico do pântano e da floresta como um cenário para atividades recreativas e comunitárias. O projeto é uma reminiscência de um esforço consciente para trazer de volta a natureza que já foi exclusiva da região de Jurong.

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Kampung Admiralty, designed by Ramboll Studio Dreiseitl and WOHA. Image Courtesy of WOHA

Por último, dentro dos projetos do Ramboll Studio está o Kampung Admiralty, uma obra emblemática que reúne uma infinidade de programas sob o mesmo teto. O projeto arquitetônico baseia-se em uma abordagem em camadas como um "sanduíche". A abundância de vegetação presente no projeto do conjunto habitacional serve para criar um local ideal para a comunidade relaxar e fortalecer suas relações, com estratégias de plantio de árvores que incluem biodiversidade, folhagens e árvores frutíferas.

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Oasia Hotel Downtown, designed by WOHA and STX Landscape Architects. Image Courtesy of WOHA

O Future Cities Lab Global visa fortalecer a capacidade de Singapura e da Suíça de pesquisar, entender e responder ativamente aos desafios da sustentabilidade ambiental global. O professor Thomas Schröper da Universidade de Tecnologia e Design comenta:

"Singapura tem sido um estudo de caso muito interessante de se observar, pois é muito densa e há uma pressão extrema no seu desenvolvimento. À medida que cresce, a única maneira é se tornar uma cidade verticalizada. Nos últimos 10 anos, o governo introduziu novas políticas que incentivam a arquitetura verde e há muitos casos interessantes no contexto de Singapura - dentro dos edifícios, bem como nas estratégias de desenho urbano que os arquitetos implantam."

A pesquisa do Future Cities Lab analisa também o desempenho ambiental de edifícios verdes, melhorando o clima urbano, auxiliando nas questões de superaquecimento por meio do resfriamento e medindo o impacto positivo na biodiversidade. Eles acreditam que o principal desafio para alcançar uma "cidade na natureza" é a aceitação pública de que os humanos precisam coexistir com outros seres vivos.

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Ventus Naturalised Garden, NUS, designed by Yun Hye Hwang.. Image © Zi En Jonathan Yue

Yun Hye Hwang da Universidade Nacional de Singapura (NUS) está continuamente explorando as possibilidades de conexões crescentes entre descobertas acadêmicas e aplicações práticas de arborização urbana em situações do mundo real, acreditando que os espaços verdes são vitais para a construção da qualidade de vida.

O Vetus Naturalized Garden no campus principal da NUS é um excelente exemplo de tecnologia paisagística alternativa permitindo que plantas espontâneas superem o gramado monótono existente do campus com intervenções mínimas de desenho. Ele fornece uma conexão entre um parque e uma floresta secundária, demonstrando que mesmo um pequeno pedaço de terra pode acomodar uma variedade de flora, enquanto ainda serve como parte de uma rede ecológica na escala da cidade.

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The Giving Garden @ Kim Tian West, developed by the Tanjong Pagar-Tiong Bahru Citizens' Consultative Committee, Kim Tian West Residents' Committee, the National Parks Board and the Tanjong Pagar Town Council. Image Courtesy of National Parks Board

Em 2021, o governo de Singapura lançou seu Green Plan 2030, um movimento de toda a nação para incluir os singapurianos; deixando todos motivados em ajudar a transformar Singapura em uma brilhante cidade global em termos de sustentabilidade. Alguns dos principais programas do Plano Verde incluem a reserva de mais 50% de terra (cerca de 200 hectares) para parques naturais, que estarão a uma caminhada de 10 minutos de um respectivo domicílio e com o objetivo de plantar mais um milhão de árvores em toda a ilha para absorver mais CO2, fazendo com que a população desfrute de um ar mais limpo e sombra mais fresca.

Com a visão de criar uma "Cidade em um Jardim" e melhorar o bem-estar geral da comunidade, o Conselho de Parques Nacionais de Singapura passou décadas com o objetivo de tornar mais 'verde' suas vias e infraestrutura, transformando os parques e jardins do país em espaços para que todos possam desfrutar, e reservando áreas centrais para conservar a biodiversidade nativa da cidade. À medida que Singapura transita continuamente para uma Cidade da Natureza, uma abordagem de design biofílico é importante para restaurar habitats e garantir que a comunidade em geral esteja engajada em sustentar os esforços nacionais de sustentabilidade.

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Bukit Batok East Park Connector. Imagem Cortesia de National Parks Board

Hoje, Singapura é uma das cidades mais verdes do mundo. A exuberante vegetação urbana que temos é resultado de esforços sustentados e dedicados para tornar Singapura nas últimas décadas." – Damian Tang, Diretor Sênior/Design, National Parks Board

Após desafios como padrões climáticos extremos induzidos pelas mudanças climáticas e aumento da urbanização, há uma demanda cada vez maior para construir uma Singapura mais habitável, sustentável e resiliente ao clima para as gerações presentes e futuras. O National Parks Board também administra mais de 3.500 programas educacionais em seus vários espaços verdes, essenciais para permitir que a comunidade tenha uma experiência mais próxima da natureza e promover o bem-estar mental. Tang compartilha que a visão da Cidade na Natureza é o próximo objetivo do planejamento urbano do país:

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Pessoas participando da Horticultura Terapêutica. Imagem Cortesia de National Parks Board

“No National Parks Board temos cinco estratégias principais para transformar Singapura em uma Cidade na Natureza: conservar e ampliar o capital natural de Singapura; intensificar a natureza em jardins e parques; devolver a natureza à paisagem urbana; fortalecer a conectividade entre os espaços verdes; desenvolver excelência em cuidados veterinários, manejo de animais e vida selvagem”. – Damian Tang, Diretor Sênior/Design, National Parks Board

A partir de hoje, quase metade das terras de Singapura está coberta por espaços verdes e muitos de seus cidadãos se beneficiaram do uso dos parques implementados durante os lockdowns que foram mais notáveis durante o auge da pandemia, atuando como pulmões verdes, convidando a oportunidade de respirar em um espaço verde dentro do ambiente urbano denso.

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Sobre este autor
Cita: Joson, Jullia. "Como Singapura está criando um ambiente urbano mais verde" [How Singapore is Pioneering the Way to Creating a Greener Urban Environment] 16 Mar 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Sbeghen Ghisleni, Camila) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/977113/como-singapura-esta-criando-um-ambiente-urbano-mais-verde> ISSN 0719-8906

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